Lula demarca seis territórios indígenas no Brasil, os primeiros em cinco anos

. DESAROLLO SUSTENTABLE .

Un articulo de Istoé

O presidente Lula assinou, nesta sexta-feira (28), decretos que demarcam seis novos territórios para povos indígenas, os primeiros desde 2018 e um deles em um vasto território na Amazônia, durante uma reunião com representantes de povos originários em Brasília.

Estas novas reservas, que garantem aos indígenas o uso exclusivo dos recursos naturais preservando sua forma de vida tradicional, são consideradas pelos cientistas como uma das principais barreiras contra o desmatamento da Amazônia, cujo controle é um dos objetivos prioritários do governo.


Video do acampamento “Terra Livre”

“É um processo um pouco demorado, tem que passar por muitas mãos, mas vamos trabalhar muito para que possa fazer a demarcação do maior numero possível de Terras Indígenas”, disse o presidente.

Lula fez o anúncio em ocasião do encerramento da 19ª edição do acampamento “Terra Livre”, um encontro anual que reuniu milhares de indígenas de todo o país em Brasília nessa semana.

“Foi como tirar um peso das nossas costas, como música para nossos ouvidos”, disse à AFP Claudia Tomás, de 44 anos, da etnia Baré, cujas terras foram incluídas nas demarcações.

Nenhuma nova terra indígena foi demarcada durante o mandato de Jair Bolsonaro (2019-2022), que havia prometido, antes de chegar ao poder, “não ceder nenhum centímetro” aos povos originários.

Tehe Pataxó, uma jovem de 29 anos com o rosto pintado com linhas vermelhas e pretas, se disse aliviada pela conquista para os povos originários: “Foram quatro anos sofrendo com milicianos em nosso território pataxó no sul da Bahia, onde indígenas foram assassinados”.

(Artigo continuou na coluna à direita)

(Clique aqui para a versão inglês.)

Pregunta(s) relacionada(s) al artículo

Indigenous peoples, Are they the true guardians of nature?

(Artigo continuação da coluna esquerda)

Durante o mandato de Bolsonaro, o desmatamento anual médio aumentou 75% em comparação com a década anterior.

A última aprovação havia sido em 26 de abril de 2018, sob a presidência de Michel Temer (2016-2018), referente à terra indígena Baía do Guató, uma área de 20.000 hectares no Mato Grosso.

Duas das seis novas reservas aprovadas estão localizadas na Amazônia, incluindo a maior, denominada Unieuxi, destinada a 249 indígenas dos povos maku e tukano, em mais de 550.000 hectares no Amazonas.

Outras duas reservas estão localizadas no nordeste do país, uma no sul e outra no centro-oeste.

Lula assinou os decretos junto a destacados líderes indígenas, como o icônico cacique Raoni Metuktire, que o agradeceu e pôs na cabeça do mandatário um tradicional cocar de penas azul e vermelho.

“Em quatro anos faremos mais (pelos povos indígenas) que nos oito anos que já governamos o país (2003-2010)”, prometeu o mandatário.

– Novos territórios –

Segundo o último censo, de 2010, no Brasil vivem aproximadamente 800.000 indígenas, a maioria em reservas, que ocupam 13,75% do território.

“Quando dizem que vocês ocupam 14% do território, e acham que é muito, precisam saber que, antes dos portugueses, vocês ocupavam 100% desse território”, completou Lula.

É previsto que, em breve, haja novas demarcações aprovadas.

No mês passado, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou que 14 territórios (incluídos os seis aprovados nesta sexta) estavam prontos para serem legalizadas, totalizando cerca de 900.000 hectares.

“Vamos escrever uma nova história, pelo bem de toda a humanidade, de nosso planeta”, disse a ministra nessa sexta, pouco antes da assinatura dos decretos.