Angola: Executivo defende cultura de paz

. PARTICIPACIÓN DEMOCRATICA .

Um artigo de Jaquelino Figueiredo e Fernando Neto, Jornal de Angola

A cultura de paz constitui uma necessidade premente para a convivência harmoniosa entre os homens em África, afirmou sábado, no Soyo, o secretário de Estado das Relações Exteriores.

angola
Fotografia: Jaquelino Figueiredo

Manuel Augusto, que discursava no acto de encerramento da Conferência Internacional sobre a Cultura de Paz, organizada pela Fundação Eduardo dos Santos (FESA), disse que os participantes analisaram as causas dos conflitos e as suas trágicas consequências.

O secretário de Estado enfatizou a necessidade de acções tendentes não só a instituir, mas também a contribuir para a assumpção colectiva da importância da cultura de paz. “É neste contexto de pragmatismo e de consciência colectiva da cultura de paz que se enquadram os seis níveis de dimensão enunciados por Sua Excelência o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos e Patrono da FESA, por ocasião da Conferência Internacional sobre a Cultura de Paz, realizada em Luanda, em Março de 2013, numa iniciativa conjunta entre o Governo angolano, a UNESCO e a União Africana”, referiu.

Manuel Augusto disse que o facto da cultura de paz não ser uma acção pontual, mas sim um processo permanente e dinâmico, que o Governo angolano assumiu a responsabilidade de realizar no próximo ano o Fórum para a Cultura de Paz em África, com o apoio da UNESCO e da União Africana. “Esta proposta foi aceite e endossada pelos chefes de Estados africanos na sua cimeira ordinária de Julho de 2014. Quiseram assim, Angola e o seu líder, partilhar com o resto do Mundo a sua própria experiência e, deste modo, contribuir de forma concreta para divulgação, sensibilização e adopção da cultura de paz”, sustentou.

O membro do Executivo considerou que a participação de prelectores e especialistas de diferentes partes do Mundo e de instituições internacionais de reputada competência acrescentaram, não só prestígio e visibilidade à iniciativa da FESA, mas também a garantia de que a compilação das comunicações apresentadas constitui matéria de estudo e pesquisa para dirigentes, académicos, estudantes e a sociedade civil em geral. Os participantes da Conferência Internacional sobre a Cultura de Paz recomendaram às instituições de pesquisa académica uma reflexão sobre a cidadania em África, na sua perspectiva histórica, sociológica e cultural. A valorização e o fortalecimento da tradição oral como veículo de transmissão dos valores culturais é, também, uma recomendação da conferência.

Os participantes à Conferência Internacional sobre Cultura de Paz, realizada sexta-feira e sábado na cidade do Soyo, província do Zaire, reconheceram o papel interventivo de Angola na resolução de conflitos a nível do continente africano, constatou o presidente da FESA.

Ismael Diogo da Silva, que considerou amplamente positivo o encontro, que reuniu cerca de 500 participantes, dos quais 90 estrangeiros provenientes de vários países de África, disse que todos os intervenientes foram unânimes de que Angola é um exemplo na resolução de conflitos, tendo em consideração os esforços da liderança do Presidente José Eduardo dos Santos em manter a paz. Para os angolanos, disse, isso deve ser motivo de orgulho e de incentivo ao diálogo permanente.

O presidente da FESA considerou que a declaração final recomenda a continuidade da discussão do tema sobre a cultura de paz, no sentido de persuadir os líderes a não enveredarem pelo caminho de conflitos, mas sim identificarem as grandes razões com vista à promoção do diálogo e do entendimento. A conferência permitou a interacção com os prelectores africanos e a FESA conseguiu trazer políticos, pesquisadores e professores catedráticos trazer à discussão sobre a cultura de paz.

“Conseguimos ouvir políticos, pesquisadores e professores catedráticos e muitos deles membros de academias internacionais sobre cultura de paz, sobre democracia, cidadania, especialistas da UNESCO e deixaram-nos uma nítida mensagem de encorajamento que Angola está no caminho certo”, disse.

(Clique aqui para uma tradução em Inglês deste artigo)

(Question for this article:)